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O Lugar da mulher na história

Por - 16 de abril de 2021

Qual é o lugar da mulher na história?

Seria a mulher um homem incompleto, como argumenta Aristóteles? Ou um ser ocasional oriundo de um osso supranumerário de Adão no momento da criação, explicado por Jacques Bossuet? A mulher é um homem castrado, pensando em termos freudianos? Seria a mulher a negação daquilo que é o homem? O não-homem, o segundo sexo, como critica Simone de Beauvoir?

Historicamente, a figura da mulher foi construída como tudo isso e um pouco menos. A mulher sequer mereceria o espaço público e altivo da vida política, portanto era confinada em sua casa, mais especificamente no gineceu, da tão ilustrada Atenas de Sócrates e Platão. A Revolução Francesa, marco da período contemporâneo, que traria aos homens uma nova concepção de sociedade, baseada na igualdade de direitos, traria sim esta noção de dignidade humana aos homens especificamente, aos homens do sexo masculino. Olympe de Gouges (pseudônimo de Marie Gouze), ainda no mesmo século XVIII da França revolucionária, iniciadora do movimento de mulheres que reivindicava seus direitos e equidade, a saber, o movimento feminista, teve sua punição exemplar na guilhotina de Robespierre.

Na Inglaterra do mesmo período, Mary Wollstonecraft, lança seu manifesto intitulado Reivindicação pelos Direitos da Mulher em que quase implora por ser dado às mulheres o direito de serem tratadas como os homens, ou seja, de serem humanizadas.

Desta forma, pensar a condição histórica da mulher e sua luta é pensar e ater-se à causa da humanização das mulheres, de não mais serem vistas como párias sociais, como meros seres reprodutores ou como bruxas amaldiçoadas. A causa das mulheres é que sejam equiparadas aos homens – mais uma vez, que sejam humanizadas.

A fim de discutir estas questões pertinentes, os alunos e alunas do Ensino Médio do Liceu Salesiano são chamados ao debate “O lugar da mulher na história”, com a Profa. Dra. Raquel Gomes, do Departamento de História da Unicamp, pesquisadora de questões de gênero e coordenadora de grupo de pesquisa sobre mulheres na literatura. O evento faz parte do projeto Ágora Liceu, no qual os estudantes são parte integrante da dinâmica da polis atual e protagonistas de sua própria formação cidadã, de modo que sejam capacitados para a complexidade e aprofundamento do pensamento crítico, além de instrumentalizá-los para argumentações refinadas para os mais diversos temas de redações e questões dos principais vestibulares do país.

Professora Juliana Lopes.

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